Quando
li no “Postal do Algarve” a noticia do aparecimento de algas japonesas,
"sargassum muticum", na Ria Formosa, em 2006-03-02, o assunto não era
novidade para mim porque a mesma notícia havia sido dada no inicio da semana
numa das televisões nacionais:
Algas japonesas invadem Ria Formosa
e ameaçam cavalos-marinhos e peixes

O
aparecimento de algas já de si é algo de estranho, sabendo que chegaram à ria
através de importação de “ostras” de viveiro, vindas sabe-se lá de onde.
Leva-nos a olhar com apreensão para estas agressões ao ambiente.
Mas o mais preocupante é a falta de controlo existente em diversos sectores
deste mundo globalizado, onde nunca ninguém se sente culpado pelos atentados
contra o ambiente.
São relevantes:
A falta de controlo de qualidade no produtor, porque não é admissível a saída
de um viveiro de um produto contaminado;
A falta de controlo do importador;
A falta de controlo dos viveiristas que compraram as ostras;
A falta de controlo das autoridades que supervisionam as instalações dos
viveiristas;
A aplicações de multas dissuasoras a quem pratica estes crimes ambientais;
Etc,….
Tornam-se preocupantes estes procedimentos que põem em risco o meio ambiente em
que vivemos, levando-nos a pensar que determinadas pessoas só vivem em função
do lucro.
A demarcação da direcção do parque é também preocupante, através da sua
directora Dr.ª Isabel Pires, podemos senti-lo lendo o que vou transcrever do
“Postal do Algarve” de uma entrevista dada à Lusa em que a dita directora diz o
seguinte:
“a invasão deste sargaço é um
“facto recente e não previsto” e, por isso, estão a guardar indicações do
Instituto de Conservação da Natureza (ICN) para tomarem algumas decisões”
É uma verdade que em Portugal a
burocracia é geradora de poder provocar prejuízos incalculáveis ao ambiente,
que a autonomia dada aos organismos para tratarem destes problemas é
inexistente, que o assumir de algumas responsabilidades para ultrapassar os
acidentes ambientais sem autorização superior, como o de que estamos a falar,
pode trazer problemas pessoais quando tomados.
Não se compreende que quando está em risco toda uma economia que tem numa ria
saudável o rendimento de sustentabilidade de muitas famílias, esta praga
ambiental não tenha um tratamento de erradicação adequado e imediato, e sejam
organismos de defesa ambientais não governamentais a trazer a público e
actuarem na recolha e destruição da praga.
Pelo que sei e li, este problema é já uma praga que se alastra em toda a costa
europeia, mas que não seja nada feito para preservar os locais onde ainda não
havia chegado, é demais, mas é a sociedade que temos, assim, os cidadãos tem
por vezes de recorrer à substituição do próprio Estado.
Esperamos assim que o Estado na Primavera siga o conselho do coordenador do
grupo de investigação da Universidade do Algarve, Rui Santos, e proceda à
recolha das algas que começam a ameaçar o ecossistema de espécies únicas no
mundo como os cavalos-marinhos, os peixes e os bivalves que utilizam a ria como
maternidade.
Decidi
publicar mais este artigo como forma didáctica de dar a conhecer como as pragas
se podem propagar devido á incúria dos importadores de divaldes, assim como, á
falta de fiscalização que a direcção do parque exerce sobre os viveiristas que
cultivam bivaldes dentro da área protegida.
Desconheço
se a limpeza das algas foi realizada.
Fiquem
bem.
 
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